Amigos da Terra perguntam
freqüentemente pela opinião dos companheiros desencarnados, com respeito
à eutanásia. E acrescentam que filósofos e cientistas diversos aderem
hoje à idéia de se apoiar longamente a morte administrada, seja por
imposição de recursos medicamentosos ou por abandono de tratamento.
Declaram-se muitos deles confrangidos diante dos problemas das crianças
que surgem desfiguradas no berço, ou à frente dos portadores de
enfermidades supostas irreversíveis, muitas vezes em estado comatoso nos
recintos de assistência intensiva. Alguns chegam a indagar se os
pequeninos excepcionais devem ser considerados seres humanos e se existe
piedade em delongar os constrangimentos dos enfermos interpretados por
criaturas semimortas, insensíveis a qualquer reação.
Entretanto, imaginam isso pela
escassez dos recursos de espiritualidade de que dispõem para dilatar a
visão espiritual para lá do estágio físico.
É preciso lembrar que, em matéria de deformação, os complexos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual.
O homem vê unicamente o carro orgânico
em que o espírito viaja no espaço e no tempo, buscando a evolução
própria, mas habitualmente não enxerga os retoques de aprimoramento ou
as dilapidações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito
de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o desembarque
na estação de destino.
A vista disso, o homem comum não
conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas
conscientes, ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos
ou flagelos de coletividades inteiras. Devidamente reencarnados, em
tarefas de reajuste, não mostram senão o quadro aflitivo que criaram
para si próprios, de vez que todo espírito descende das próprias obras e
revela consigo aquilo que fez de si mesmo.
Diante das crianças em prova ou dos irmãos enfermos, imaginados irrecuperáveis, medita e auxilia-os!
Ninguém, por agora, nas áreas do mundo
físico, pode calcular a importância de alguns momentos ou de alguns
dias para o espírito temporariamente internado num corpo doente ou
disforme.
Perante todos aqueles que se abeiram da desencarnação, compadece-te e ajuda-o quanto puderes.
Recorda que a ciência humana é sempre
um fato admirável, em transformação constante, embora respeitável pelos
benefícios que presta. No entanto, não te esqueças de que a vida é
sempre formação divina, e, por isto mesmo, em qualquer parte será sempre
um ato permanente de amor.
De "Diálogo dos Vivos", de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires – (Espíritos Diversos)
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