Doe as aflições ao tempo, cubra-se com o manto da
esperança e avance intimorato.
A multidão chora e sorri. Misturam-se lágrimas e
sorrisos, abafados pelo retinir das taças finas que contêm os vapores da morte e
os fluidos da loucura.
Possivelmente, os anseios atormentam-lhe o coração
ansioso... Mas os que buscaram a enganosa liberdade demoram-se nas prisões que a
própria delinquência ergueu, inquietados pelo tigrino clamor das multidões
desvairadas e o zurzir impiedoso da consciência em desalinho.
Alçando o pensamento ao Grande Bem, você pode
chegar à paz íntima, embora carregue as cicatrizes do sentimento, porfiando na
conduta reta.
O tempo é mestre: benfeitor e justiceiro. Tudo
refaz, tudo apaga, tudo corrige.
Com o tempo, o grão de areia se transforma em
valiosa pérola aprisionada no íntimo da ostra, até um dia...
Com o tempo, o carvão humilde transforma-se em
diamante precioso encastelado na montanha poderosa, até um dia...
Com o tempo, a semente pequenina incha no seio da
terra, transformando-se, até um dia...
Com o tempo, o débil embrião da vida desenvolve-se
modificando a própria estrutura, até um dia...
Com o tempo, o regato humilde atinge o mar,
vencendo distância e obstáculo.
Com o tempo, a Mensagem do Cristo se espalhou
sobre a Terra, convidando o homem à tecelagem do manto nupcial para o matrimônio
da Humanidade com a Vida, um dia...