Nos tempos antigos, havia um grande explicador dos textos evangélicos.
Tratava-se de um sábio sempre disposto ao serviço da compreensão e da bondade.
Talvez por isso, tenha organizado uma escola em que ensinava com indiscutível sabedoria.
Certa feita, prestou especial atenção em um aprendiz que se lamuriava de maus tratos recebidos na via pública.
Convidou o jovem para saírem pelas ruas de Jerusalém, implorando esmola para determinados serviços do templo.
A maioria dos transeuntes dava ou negava, com indiferença.
Contudo, em uma esquina movimentada, um homem vigoroso respondeu-lhes a rogativa com aspereza e zombaria.
O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o seguiram, cuidadosos.
Não andaram muito tempo e o viram cair ao solo, ralado de dor violenta, provocando o socorro geral.
Em breve, verificaram que o irmão irritado sofria de cólicas mortais.
Demandaram adiante, quando foram defrontados por outro cavalheiro, que sequer se dignou a lhes responder à súplica.
Ele se limitou a lançar, na direção dos pedintes, um olhar rancoroso e duro.
Orientador e tutelado lhe acompanharam os passos.
Quando o homem alcançou a própria casa, nela havia um compacto grupo de pessoas chorosas.