Quando vige o amor nos
sentimentos, não há lugar para o ressentimento. Não obstante, face à
estrutura psicológica do ser humano, a afetividade espontânea sempre
irrompe intentando crescimento, de modo a administrar as paisagens que
constituem os objetivos existenciais. Não conseguindo atingir as metas,
porque se depara com a agressividade inerente ao processo de
desenvolvimento intelectomoral que ainda não se pôde instalar, sente-se
combatida e impelida ao recuo. Tal ocorrência, nos indivíduos menos
equipados de valores éticos, gera mal-estar e choques comportamentais
que se podem transformar em transtornos aflitivos.
Quando isso sucede, o ser maltratado refugia-se na mágoa, ancorando-se no desejo de desforço ou de vingança.
A injustiça de qualquer natureza é
sempre uma agressão à ordem natural que deve viger em toda a parte,
especialmente no homem que, por instinto, defende-se antes de ser
agredido, arma-se temendo ser assaltado, fica à espreita em atitude
defensiva...
Tudo quanto lhe constitui ameaça real
ou imaginária torna-se-lhe temerário e, por mecanismo de defesa,
experimenta as reações fisiológicas específicas que decorrem das
expectativas psicológicas.