segunda-feira, 23 de julho de 2012

Jogo do contente

          Foi no ano de 1912 que a escritora americana Eleanor Hodman Porter lançou a novela intitulada Polyanna.  A repercussão, na época,  no mundo inteiro, foi de uma impressionante onda de esperança, entusiasmo e otimismo.
A novela relata a história de uma menina, órfã de mãe, cujo pai encomenda, para o Natal, uma boneca que ela estava pedindo há muito tempo.

Quando chegou a encomenda, contudo, para grande decepção da menina, o embrulho continha um par de muletas.
Quando ela começa a chorar, o pai a consola dizendo que ela deve ficar contente.
Contente por quê? Desabafa ela. Eu pedi uma boneca e ganhei um par de muletas.
Pois fique contente por não precisar delas.
A partir daí, o pai, muito sábio, estabelece o que ele chamaria o jogo do contente.

Assim, quando ele morre e Polyanna é entregue aos cuidados de uma tia amarga, carrancuda, exigente, em vez de sofrer com as maldades que ela lhe apronta, Polyanna encontra em tudo um motivo para ser feliz.
O quarto é muito pequeno? Ótimo, assim ela o limpará bem mais depressa.
Não existem quadros na parede, como havia em sua casa? Que bom, assim ela poderá abrir a janela e olhar os quadros da natureza, ao vivo.
Não tem um espelho? Excelente, assim nem verá as sardas do seu rosto.