sábado, 24 de novembro de 2012

A constante busca

Corre o homem diariamente de um lado para outro.
Desde a aurora até bem depois do pôr do sol.
Passos apressados nas calçadas, cruzando ruas, olhando sempre o relógio.
Parece sempre atrasado, à procura de algo muito importante.
Nunca tem tempo para nada.
Está sempre em alerta, como se um único descuido seu fosse suficiente para arruinar para sempre a consecução de seus objetivos.
Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida?
Para onde dirige seus passos?
O que espera ele encontrar?
Sabe, realmente, o que quer?
Seria por demais simplista dizer que a resposta para tais questionamentos seja: "a busca da felicidade".
Pois, momentos de felicidade permeiam sua existência, mas são como sopros suaves de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Poderia Ser Pior

O dia apenas amanhecera e Jorge já se achava a meio caminho da empresa em que trabalhava.
Os passos lentos e o olhar voltado para o chão, demonstravam a tristeza e o desalento de que estava possuído.
Adentrou o local de trabalho alguns minutos antes do horário, e cumprimentou o colega, um tanto desanimado.
Ao perceber a tristeza de Jorge o companheiro lhe perguntou interessado:
- O que aconteceu com você? Seu olhar denuncia sentimentos amargos...
- É verdade. Trago nos ombros o peso da desesperança...
- À minha volta só acontecem desgraças e mais desgraças... Sinto-me impotente, e penso que sou o homem mais infeliz da face da terra.
- Mas, afinal de contas, o que aconteceu? - Indagou o colega.
- Ora, meu irmão mais novo contraiu grande dívida e fugiu sem deixar o endereço.
Meu cunhado envolveu-se com assaltantes e está atrás das grades.
O companheiro que ouvia atento, observou: mas podia ser pior...

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Receita da felicidade

Nos primeiros tempos apostólicos, conta-se que, dentre os discípulos, Tadeu era dos comentaristas mais inflamados, no culto da Boa Nova.
Certa feita, na casa de Pedro, ele se entusiasmou na reunião.
Relacionou os imperativos da felicidade e clamou contra os dominadores de Roma e contra os rabinos do Sinédrio.
Tocado de indisfarçável revolta, dissertou longamente sobre a discórdia e o sofrimento reinantes no povo.

Situou a causa de tudo isso nas deficiências políticas da época.
Depois que o discípulo muito falou, Jesus lhe indagou:
Tadeu, como você interpreta a felicidade?
A resposta foi:
Senhor, a felicidade é a paz de todos.

O Cristo então lhe perguntou como ele se sentiria realmente feliz.
O Apóstolo inicialmente se sentiu acanhado, mas logo começou a falar.
Disse que atingiria a tranquilidade se pudesse alcançar a compreensão dos outros.
Para isso, desejava que o próximo não lhe desprezasse as intenções nobres e puras.
Admitia que, por vezes, errava.