sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Significado do Sofrimento na Vida

Para melhor expressar-se, o amor irrompe de formas diferentes, convidando à reflexão em torno dos valores existenciais. Muito do significado que se caracteriza pelo poder – mecanismo dominante da realização do ego – desaparece, quando o amor não está presente, preenchendo o vazio existencial. Essa ânsia de acumular, de dominar, que atormenta enquanto compraz, torna-se uma projeção da insegurança íntima do ser que se mascara de força, escondendo a fragilidade pessoal, em mecanismos escapistas injustificáveis que mais postergam e dificultam a auto-realização.

A perda da tradição é como um puxar do tapete no qual se apoiam os pés de barro do indivíduo que se acreditava como o rei da criação e, subitamente se encontra destituído da força de dominação, ante o desaparecimento de alguns instintos básicos, que vêm sendo substituídos pela razão. O discernimento que conquista é portador de mais vigor do que a brutalidade dos automatismos instintivos, mas somente, a pouco e pouco, é que o inconsciente assimilará essa realidade, que partirá da consciência para os mais recônditos refolhos da psique.
Nesta transformação – a metamorfose que se opera do rastejar no primarismo para a ascese do raciocínio – o sofrimento se manifesta, oferecendo um novo tipo de significado e de propósito para a vida.

Impossível de ser evitado, torna-se imperioso ser compreendido e aceito, porquanto o seu aguilhão produz efeitos correspondentes à forma porque se deva aceitá-lo.
Quando explode, a rebeldia torna-se uma sensação asselvajada, dilaceradora, que mortifica sem submeter até o momento em que, racionalmente aceito, faz-se instrumento de purificação, estímulo para o progresso, recurso de transformação interior.
O desabrochar da flor, rompendo o claustro onde se ocultam o perfume, o pólen, a vida, é uma forma de despedaçamento, que ocorre, no entanto, no momento próprio para a harmonia, preservando a estrutura e o conteúdo, a fim de repetir a espécie.

O parto que propicia vida é também doloroso processo que faculta dilaceração.
O sofrimento, portanto, seja ele qual for, demonstra a transitoriedade de tudo e a respectiva fragilidade de todos os seres e de todas as coisas que os cercam, alterando as expressões existenciais, aprimorando-as e ampliando-lhes as resistências, os valores que se consolidam. Na sua primeira faceta demonstra que tudo passa, inclusive, a sua presença dominante, que cede lugar a outras expressões emocionais, nada perdurando indefinidamente. Na outra vertente, a aquisição da resistência somente é possível mediante o choque, a experiência pela ação.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Não esmoreças

“Não temas as coisas que tens de sofrer...” – Apocalipse, 2:10.

Confia na Divina Providência que te deu a vida, e nunca esmoreças.
Ainda que teus melhores propósitos apareçam frustrados, não te desencorajes nas empresas de elevação.
Perseverança é a base do êxito na realização de todas as boas obras.
Ainda que as tuas mais belas esperanças se esfumem, ao toque de inesperados desenganos, não te abatas sob o peso de inquietações desnecessárias.
Recomeço de ação desmantelada é construção de segurança.
Ainda que te acusem indebitamente, com recordação de delitos dos quais não tiveste o mínimo conhecimento, não te afastes dos encargos que a existência te reservou.
O tempo falará por ti, no momento oportuno.
Ainda que a tarefa em tuas mãos se mostre aparentemente perdida, não desesperes.
Fracasso é lição para que se faça o melhor.
Ainda mesmo que essa ou aquela enfermidade te ameace a estabilidade orgânica, não desanimes.
O auxílio Invisível da Espiritualidade Superior possui veículos inúmeros de socorro, a fim de trazer-nos reequilíbrio e renovação.
Ainda mesmo quando as afeições mais queridas te deixem a sós, não te permitas entorpecer os braços ante o frio da solidão.
O amparo da Vida Maior te guiará no rumo de corações outros que te abençoem a presença e te garantam as energias para que não falhes nas realizações edificantes para as quais te diriges.
Seja qual for a provação que te assinale o caminho, jamais esmoreças.
Mantém-te na confiança em Deus e espera por Deus, trabalhando e servindo na edificação do bem de todos, tanto quanto isso se te faça possível, porque Deus também confia, esperando por ti.

EMMANUEL

Médium : Francisco Cândido Xavier
Livro : Recado do Além
Edição: IDEAL

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Lembrança fraternal aos enfermos

pelo Espírito EMMANUEL

Queres o restabelecimento da saúde do corpo e isso é justo. Mas, atende ao que te lembra um amigo que já se vestiu de vários corpos e compreendeu, depois de longas lutas, a necessidade da saúde espiritual.
A tarefa humana já representa, por si, uma oportunidade de reerguimento aos espíritos enfermos. Lembra-te, pois, de que tua alma está doente e precisa curar-se sob os cuidados de Jesus, o nosso Grande Médico.

Nunca pensaste que o Evangelho é uma receita geral para a humanidade sofredora?
É muito importante combater as moléstias do corpo; mas, ninguém conseguirá eliminar  efeitos quando as causas permanecem. Usa os remédios humanos, porém, inclina-te para Jesus e renova-te, espiritualmente, nas lições de Seu amor. Recorda que Lázaro, não obstante voltar do sepulcro, em sua carne, pela poderosa influência do Cristo, teve de entregar seu corpo ao túmulo, mais tarde. O Mestre chamava-o a novo ensejo de iluminação da alma imperecível, mas não ao absurdo privilégio da carne imutável.

Não somos as células orgânicas que se agrupam, a nosso serviço, quando necessitamos da experiência terrestre. Somos espíritos imortais e esses microorganismos são naturalmente intoxicados, quando os viciamos ou aviltamos, em nossa condição de rebeldia ou de inferioridade.
Os estados mórbidos são reflexos ou resultantes de nossa vibrações mais íntimas. Não trates as doenças com pavor e desequilíbrio das emoções. Cada uma tem sua linguagem silenciosa e se faz acompanhar de finalidades especiais.

A hepatite, a indigestão, a gastralgia, o resfriado, são ótimos avisos contra o abuso e a indiferença. Por que preferes bebidas excitantes, quando sabes que a água é a boa companheira, que lava os piores detritos humanos? Por que o excesso dos frios no verão e a demasia de calor nos tempos de inverno? Acaso ignoras que o equilíbrio é filho da sobriedade? O próprio irracional tem uma lição de simples impulso, satisfazendo-se com a sombra das árvores na secura do estio e com a bênção do sol nas manhãs hibernais. Pela tua inconformação e indisciplina, desordenas o fígado, estragas os órgãos respiratórios, aborreces o estômago. Observamos, assim, que essas doenças-avisos se verificam por causas de ordem moral. Quando as advertências não prevalecem, surgem as úlceras, as congestões, as nefrites, os reumatismos, as obstruções, as enxaquecas. Por não se conformar o homem, com os desígnios do Pai que criou as leis da natureza  como regulamentos naturais para sua casa terrestre, submete as células que o servem ao desregramento, velha causa de nossas ruínas.