Dias há nos quais tens a impressão
de que mesmo a luz do sol parece débil, sem que consiga fulgir nos
panoramas do teu caminho. Tudo são inquietações e ansiedades que
pareciam vencidas e que retornam como fantasmas ameaçadores, gerando
clima de sofrimento interior.
Nessas ocasiões, tudo corre mal.
Acontecem insucessos imprevistos e contrariedades surgem de muitas
nonadas que se amontoam, transformando-se em óbice cruel de difícil
transposição.
Surgem aflições em família que
navegava em águas de paz, repontam problemas de conjuntura grave em
amigos que te buscam socorros imediatos e, como se não bastassem, a
enfermidade chega e se assenhoreia da frágil esperança que, então, se
faz fugidia.
Nessa roda-viva, gritas interiormente
por paz e sentes indescritível necessidade de repouso. A morte se te
afigura uma bênção capaz de liberar-te de tantas dores!...
Refaze, porém, a observação.
Tudo são testemunhos necessários à fortaleza espiritual, indispensável à fixação dos valores transcendentes.
Não fora isso, porém, todas essas
abençoadas oportunidades de resgate, e a vida calma amolentaria o teu
caráter, conspirando contra a paz porvindoura, por adiar o instante em
que ela se instalaria no teu imo.
Quando tudo corre bem em volta de nós e
de referência a nós, não nos dói a dor alheia nem nos aflige a aflição
do próximo. Perdemos a percepção para as coisas sutis da vida
espiritual, a mais importante, e desse modo nos desviamos da rota
redentora.