Na raiz psicológica do Transtorno
Depressivo ou de comportamento afetivo, encontra-se uma insatisfação do
ser em relação a si mesmo, que não foi solucionada. Predomina no Self
um conflito resultante da frustração de desejos não realizados, nos
quais impulsos agressivos se rebelaram ferindo as estruturas do ego
que imerge em surda revolta, silenciando os anseios e ignorando a
realidade. Os seus anelos e prazeres disso resultantes, porque não
atendidos, convertem-se em melancolia, que se expressa em forma de
desinteresse pela vida e pelos seus valiosos contributos, experienciando
gozos masoquistas, a que se permite em fuga espetacular do mundo que
considera hostil, por lhe não haver atendido as exigências.
Sem dúvida, outros conflitos se
apresentam, e que podem derivar-se de disfunções reais ou imaginárias da
libido, na comunhão sexual, produzindo medos e surdas revoltas que
amarguram o paciente, especialmente quando considera como essencial na
existência o prazer do sexo, no qual se motiva para as conquistas que
lhe parecem fundamentais.
Vivendo em uma sociedade eminentemente
erótica, estimulada por um contínuo bombardeio de imagens sonoras e
visuais de significado agressivo, trabalhadas especificamente para
atender as paixões sensuais até a exaustão, não encontra outro motivo ou
significado existencial, exceto quando o hedonismo o toma e o leva aos
extremos arriscados e antinaturais do gozo exorbitante.