sábado, 2 de junho de 2012

O estranho que me habita

 Síndrome do Pânico numa perspectiva formativa

Na década de 1960, várias pesquisas científicas começaram a diferenciar inesperados ataques de ansiedade de outras manifestações de ansiedade. A classificação diagnóstica oficial de Síndrome do Pânico ocorreu em 1980, com a publicação, pela Associação Americana de Psiquiatria, do DSM III (Diagnostic and Statistical of Mental Disorders, 3rd Edition). Em 1987, o DSM III – R, versão revisada do manual, delimitou os critérios válidos até hoje.
Segundo a classificação do DSM, a Síndrome do Pânico pertence à classe dos Transtornos de Ansiedade, junto com as Fobias, o Estresse Pós-Traumático, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Distúrbio de Ansiedade Generalizada.
Apesar da classificação razoavelmente recente, encontramos na história descrições semelhantes à do Pânico, embora não existisse ainda a categoria diagnóstica Síndrome do Pânico. A reação de pânico pode não ser nova, mas é nova a sua classificação científica como Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico, assim como há atualmente tentativas sistemáticas de compreensão do fenômeno.

DEFINIÇÃO E SINTOMAS
A Síndrome do Pânico caracteriza-se pela ocorrência de ataques de pânico inesperados e recorrentes.
Os ataques de pânico, ou crises, consistem em períodos de intensa ansiedade e são acompanhados de alguns sintomas específicos. Os mais comuns são taquicardia, sensação de falta de ar, dificuldade de respirar, formigamentos, vertigem, tontura, dor ou desconforto no peito, despersonalização, sensação de irrealidade, medo de perder o controle, medo de enlouquecer, sudorese, tremores, medo de desmaiar, sensação de iminência da morte, náusea ou desconforto abdominal, calafrios ou ondas de calor, boca seca e perda do foco visual.
Nem todos esses sintomas podem estar presentes nas crises, mas alguns sempre estarão. Há crises mais completas e outras menores, com poucas manifestações. Os sintomas começam de súbito e se acentuam rapidamente, muitas vezes acompanhados por uma sensação de catástrofe ou de morte iminente e por uma ânsia de escapar da situação. A freqüência dos ataques varia de pessoa para pessoa.
Enquanto, nas Fobias, a pessoa teme uma situação ou um objeto específico, fora dela, no Pânico, ela teme o que ocorre no próprio corpo. Podemos considerar os casos de Pânico como fobias nas quais o que assusta são as reações do próprio corpo; é para essas reações que se volta a atenção, como deflagradoras das crises de Pânico.
O Pânico é um Transtorno de Ansiedade; isso significa que os sintomas têm como carro-chefe a ansiedade - um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça, um medo sem objeto definido.
A crise de Pânico é uma experiência de pico máximo de ansiedade levada ao extremo. O pânico é o ultimo grau do continuum crescente atenção-ansiedade-pânico.