Síndrome do Pânico numa perspectiva formativa
Na década de 1960, várias pesquisas científicas começaram a diferenciar inesperados ataques de ansiedade de outras manifestações de ansiedade. A classificação diagnóstica oficial de Síndrome do Pânico ocorreu em 1980, com a publicação, pela Associação Americana de Psiquiatria, do DSM III (Diagnostic and Statistical of Mental Disorders, 3rd Edition). Em 1987, o DSM III – R, versão revisada do manual, delimitou os critérios válidos até hoje.
Segundo a classificação do DSM, a
Síndrome do Pânico pertence à classe dos Transtornos de Ansiedade, junto
com as Fobias, o Estresse Pós-Traumático, o Transtorno
Obsessivo-Compulsivo e o Distúrbio de Ansiedade Generalizada.
Apesar da classificação razoavelmente
recente, encontramos na história descrições semelhantes à do Pânico,
embora não existisse ainda a categoria diagnóstica Síndrome do Pânico. A
reação de pânico pode não ser nova, mas é nova a sua classificação
científica como Síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico, assim como
há atualmente tentativas sistemáticas de compreensão do fenômeno.
DEFINIÇÃO E SINTOMAS
A Síndrome do Pânico caracteriza-se pela ocorrência de ataques de pânico inesperados e recorrentes.
Os ataques de pânico, ou crises,
consistem em períodos de intensa ansiedade e são acompanhados de alguns
sintomas específicos. Os mais comuns são taquicardia, sensação de falta
de ar, dificuldade de respirar, formigamentos, vertigem, tontura, dor ou
desconforto no peito, despersonalização, sensação de irrealidade, medo
de perder o controle, medo de enlouquecer, sudorese, tremores, medo de
desmaiar, sensação de iminência da morte, náusea ou desconforto
abdominal, calafrios ou ondas de calor, boca seca e perda do foco
visual.
Nem todos esses sintomas podem estar
presentes nas crises, mas alguns sempre estarão. Há crises mais
completas e outras menores, com poucas manifestações. Os sintomas
começam de súbito e se acentuam rapidamente, muitas vezes acompanhados
por uma sensação de catástrofe ou de morte iminente e por uma ânsia de
escapar da situação. A freqüência dos ataques varia de pessoa para
pessoa.
Enquanto, nas Fobias, a pessoa teme
uma situação ou um objeto específico, fora dela, no Pânico, ela teme o
que ocorre no próprio corpo. Podemos considerar os casos de Pânico como
fobias nas quais o que assusta são as reações do próprio corpo; é para
essas reações que se volta a atenção, como deflagradoras das crises de
Pânico.
O Pânico é um Transtorno de Ansiedade;
isso significa que os sintomas têm como carro-chefe a ansiedade - um
estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim
aconteça, um medo sem objeto definido.
A crise de Pânico é uma experiência de
pico máximo de ansiedade levada ao extremo. O pânico é o ultimo grau do
continuum crescente atenção-ansiedade-pânico.